domingo, 8 de maio de 2011

Alecrim

Rosmaninus Officinalis

Alecrim, rosmarinos ou romero como os espanhóis o chamam, é um pequeno arbusto que pode atingir até 1,5 metro de altura. Planta muito conhecida em praticamente todo o mundo, mas é na Europa onde o alecrim é muito utilizado. Para quem já fez o Caminho de Santiago com certeza já ouviu de algum espanhol a receita de banhar os pés com o chá do “romero” para deixá-los mais fortes, resistentes e com a pele mais rústica, isto para suportar melhor as caminhadas de centenas de quilômetros.

O nome de rosmarinus vem provavelmente do latim, que significa “orvalho do mar”.

Na Grécia antiga utilizava-se o alecrim atrás da orelha para curar problemas de memória fraca (até hoje o alecrim é indicado para este problema, e se pensarmos que os óleos essenciais iam se volatilizando e a pessoa ia absorvendo estes óleos, é bem provável que o indivíduo realmente sentisse alguma melhora, pois existiam substâncias químicas sendo absorvidas e atuando na sua fisiologia). Já os romanos, acreditavam que esta planta estava associada com o amor e com a morte, e por isso é que era plantado nas soleiras das portas, hábito que perdurou até a Idade Média. Até mesmo a Igreja Católica incorporou o alecrim em seus rituais, queimando-o em incensários.

Ele cresce de forma nativa e espontânea nos países ao redor do mar Mediterrâneo, local de solos pedregosos e arenosos. É encontrado no sul da Espanha, França, Itália, Grécia, Portugal, nas ilhas Canárias, Açores e Madeira. Também é encontrado no norte da África, sendo mais comum no norte do Líbano, Egito e regiões da Turquia. Atualmente os principais produtores de alecrim são: Itália, Espanha, França, Tunísia e países da antiga Iugoslávia. 

O alecrim prefere um clima mais seco, ensolarado e fresco. Não gosta de locais com pouco sol, muita umidade e frio. Estas condições climáticas irão determinar um melhor desenvolvimento e conseqüente-mente uma melhor qualidade do óleo essencial produzido.

O alecrim possui inúmeras aplicações farmacológicas. Possui ação tônica, principalmente em casos de cansaço mental; é estimulante, carminativo, emenagogo, desinfetante, anti-séptico e aromático. É também empregado em queda de cabelo, além de auxiliar a “esconder” cabelos brancos. O óleo essencial diluído pode ser usado em casos de dores reumáticas, musculares e articulares na forma de massagem.

O alecrim é muito usado na culinária européia, principalmente a cozinha italiana e francesa. O odor é forte, fresco e herbáceo. O sabor é picante, marcante e amadeirado. Alecrim vai muito bem à carne de porco, de carneiro e de cabrito. A carne de porco irá ficar mais “leve”, isto provavelmente devido à ação digestiva que esta erva possui. Para evitar que a carne de carneiro fique com um sabor forte recomenda-se retirar toda a gordura da carne. Outro ponto importante é utilizar um bom vinho branco seco para preparar o marinado, tanto do cabrito quanto da carneiro. Uma forma interessante de utilizar o alecrim é pegar um punhado de folhas e ir massageando a carne antes de ser assada.

Esfregue com força para que o óleo essencial possa penetrar na carne. Depois deixe o esfregaço de folhas sobre a carne para assar. É importante que a carne fique marinando nos temperos para poder acentuar os sabores. No peixe também proporciona um sabor refrescante, só que neste caso não precisa esfregar na carne, pois provavelmente irá desestruturá-la.

O alecrim também é muito empregado para aromatizar vinagres e óleos para uso em saladas e refogados. Para preparar o vinagre aromático é só pegar uns 3 raminhos frescos de alecrim e colocar dentro de uma garrafa de um vinagre de boa qualidade. Deixe macerar por uns 15 dias e depois já pode utilizá-lo no tempero de sua salada preferida. Já no preparo do óleo ou azeite é um pouco mais complicado. Existem duas formas diferentes. Na primeira você irá pegar de 3 a 5 raminhos frescos de alecrim e amassar suas folhas em um socador de alho. Coloque as folhas trituradas em maceração no óleo, e deixe por 3 semanas. Já a outra forma, a que dá um melhor resultado, é só verter o óleo aquecido sobre as folhas frescas já dentro de um frasco, e deixar macerar por 2 semanas.

Se o óleo ainda não estiver muito aromático pode-se aquecer um pouco mais em banho maria. Pode-se também preparar manteigas, torradas, e o que mais sua imaginação permitir. Aproveite os aromas intensos do alecrim, só tome cuidado com as dosagens, pois pode ficar com um sabor muito amadeirado e não agradável ao nosso paladar.

Órgãos mais beneficiados pelo Alecrim: o coração e o estômago.

Uso Medicinal

O Alecrim, sob o domínio do Sol, é uma planta que ama o calor e a vida. Ele aquece e estimula o cérebro e o corpo, é ótimo como cardiotônico, estimulante, anti-reumático, resolve rapidamente dores de estômago e asias, restitui a energia dos cansados e estressados por muito esforço mental. Também é bom para tosses, bronquites, e problemas respiratórios.

Usado externamente é bom para limpar feridas, principalmente de diabéticos e pessoas que tem dificuldades de cicatrização.

Os cardíacos podem usá-lo acompanhado de Sete Sangrias e Dente de Leão.

Uso Energético

Nós falamos que o Alecrim é um "costurador do Plexo solar".

Ele restitui rapidamente a energia perdida, dá mais estrutura de trabalho aos que lidam muito com o mental racional, é uma das ervas que ajuda na depressão e estados permanentes de cansaço por problemas emocionais.

Ajuda também muito as crianças com uma estrutura emocional passiva, as que não respondem de forma concreta às agressões da vida. Aumenta a capacidade de aprendizado. É a planta chave da falta de auto-estima.

Atua nos desconfiados, nos que não acreditam em si mesmos, nos que não têm coragem de se lançar em novos projetos. É a erva da coragem.

Uso Culinário

O alecrim deve ser inserido na alimentação dos passivos, tímidos, e nas pessoas que têm um constante desgaste de energia.

Um frango temperado com alecrim e limão é uma dádiva dos deuses.

O alecrim pode ser usado em qualquer molho branco ou vermelho, para massas e lasanhas.

Vinho com Alecrim

Coloque alguns galhinhos de alecrim fresco em um bom Vinho tinto e deixe macerar durante 21 dias bem fechado com parafina na rolha. Guarde em lugar escuro, deitado. Quando passar esse tempo, coe e acrescente mel puro à gosto ( O mel é opcional). Sirva pequenos cálices antes do jantar. Além de ser ótimo para a digestão, ajuda a clarear as idéias para um novo dia de trabalho.

O alecrim fresco, misturado em pequenas quantidades às massas caseiras de pão, dá um gosto saboroso e exótico à massa, e deixa o pão digestivo e energético.

Misture alecrim nas manteigas e patês. O efeito é ótimo.

Conservas de Alecrim para Saladas

Em um vidro de boca estreita, esterilizado, coloque um galhinho de alecrim, um de manjericão, alguns grãos de coentro e um grão de pimenta da Jamaica. Acrescente ¾ do vidro de vinagre de maçãs, água filtrada e sal para completar. Deixe descansar durante 8 dias. Está pronto para temperar qualquer salada. Na hora de servir, acrescente óleo ou azeite.

Outros Usos

O alecrim também pode ser encontrado em Tintura-mãe.

O chá forte de folhas de Alecrim é ótimo para se enxaguar os cabelos. Além de ser cicatrizante, dá brilho de novo aos cabelos, e deixa-os muito mais escuros e com brilho.

Compressas com chá forte de alecrim são ótimas para celulite.

Essas compressas também melhoram muito as dores de estômago.

O escalda pés de Alecrim tira todas as energias negativas acumuladas durante o dia. O Alecrim combate os invejosos!


Fonte: www.jperegrino.com.br
Fonte: www.aleph.com.br

Agrião-da-água

Nome Científico: Nasturtium officinale
Família: Brassicaceae
Divisão: Angiospermae
Origem: Ásia e Europa
Ciclo de Vida: Perene

Sinonímia: Cardamine fontana, Nasturtium fontanum, Radicula nasturtium-aquaticum, Rorippa nasturtium-aquaticum, Rorippa nasturtium, Sisymbrium nasturtium-aquaticum

Nome Popular:
  • Agrião, agrião-das-fontes,
  • Agrião-do-rio,
  • Agrião-da-ribeira,
  • Mastruço-dos-rios,
  • Rabaça-dos-rios,
  • Agrião-da-água,
  • Agrião-d’agua-corrente,
  • Agrião-da-europa,
  • Agrião-da-fonte,
  • Agrião-da-ponte,
  • Agrião-oficinal, berro,
  • Agrião-aquático,
  • Cardamia-jontana,
  • Cardomo-dos-rios,
O agrião é uma planta herbácea, perene, de rápido crescimento e utilizada há muito tempo como salada e medicinal. De caule tenro, verde, carnoso, glabro e fistuloso (oco), o agrião pode alcançar facilmente 70 cm de altura. Suas folhas são alternadas, pinadas e pecioladas com cerca de 3 a 11 folíolos ovais a lanceolados, sendo que o folíolo terminal é maior que os demais. Possui raízes principais e adventícias, que surgem nos nós do caule submerso. As inflorescências em rácemos terminais, despontam no verão, e são compostas por numerosas e pequenas flores brancas, de quatro pétalas cada.

O agrião tem sabor picante, e podem ser consumidos cru em saladas ou cozido, em sopas, refogados e outros pratos salgados. Também é muito visado como planta medicinal, entrando na composição de diversos fitoterápicos populares, como xaropes com mel e outras plantas terapêuticas. O agrião é uma verdura rica em minerais, como o iodo, ferro, manganês e cálcio, assim como vitaminas A, C e do complexo. No paisagismo pode ser cultivada em rios e laguinhos ornamentais, de forma sustentável, fornecendo alimento e remédio para as pessoas e excelente abrigo para a vida aquática. Nestes casos deve ter seu crescimento controlado, pois pode se espalhar rapidamente.

Deve ser cultivado sob sol pleno, em solo fértil, enriquecido com matéria orgânica, irrigado diariamente ou permanentemente inundado. Aprecia água corrente e limpa, além de adubações periódicas. Pode-se iniciar a colheita com cerca de 50 dias no verão e 70 dias no inverno, suportando até 4 cortes seguidos, quando então o canteiro deve ser reformado. Multiplica-se por sementes e por estaquia.

Medicinal

Indicações:

Afecções respiratórias em geral, amenorréia, bócio, desnutrição, atonia muscular, anorexia, inflamações, afecções da pele e cabelos, etc.

Propriedades: Adstringente, antiescorbútica, antiinflamatória, antitérmica, antitussígena, cicatrizante, descongestionante, diurética, hidratante, expectorante, fluidificante.

Partes usadas:

Toda a planta.

Fonte: http://www.jardineiro.net/br/
Autor: Raquel Patro


Agrião

Amargo que dá gosto

O agrião é originário do sudeste da Ásia, e vem sendo utilizado há vários séculos na Europa, principalmente por gregos e romanos, que apreciavam banquetes ricos em especiarias e saladas picantes.

O agrião de terra seca é uma hortaliça tipo folha, rica em vitamina C e em sais minerais. O agrião é mais rico em ferro que a couve e o espinafre e os talos são ricos em iodo. É uma brássica, assim como a couve, o repolho e o brócoli.

Além deste, existe outro tipo de agrião, chamado agrião d’água.

Como comprar

Os melhores preços do agrião ocorrem de julho a novembro.

Escolha maços com folhas frescas, de cor verde escura, sem áreas amareladas ou pontos escurecidos. Os talos devem estar firmes e quebradiços. Escolha os maços com cuidado, pois as folhas se rasgam com facilidade e os talos escurecem e apodrecem rapidamente quando danificados. A presença de flores e pequenos frutos verdes não prejudica a qualidade do agrião para consumo.

O agrião pode ser encontrado já lavado, higienizado e embalado em filmes ou vasilhas de plástico, acompanhado ou não de outras hortaliças folhosas. Antes de comprar, verifique a data de validade e compre somente o produto refrigerado. Descarte aqueles que apresentarem líquido amarelado no fundo da embalagem ou com as folhas sem brilho ou com bordas escuras. 

Como conservar

O agrião é uma hortaliça de pequena durabilidade, por isso compre somente o necessário para consumo imediato. Em condição ambiente, pode ser mantido por no máximo um dia, se colocado em local fresco, com os talos imersos em uma vasilha com água. Em geladeira, pode ser conservado por até 3 dias, se embalado em saco plástico para alimento ou vasilha tampada. Os talos inteiros, lavados e secos com pano limpo ou papel absorvente, duram por mais tempo que as folhas. 

Como consumir

O agrião pode ser usado cru em saladas, sozinho ou misturado com outras hortaliças como alface, rúcula e chicória e em sucos com diversas frutas. Também pode ser usado para incrementar sanduíches, panquecas, rabadas, rocambole, pães, molhos, sopas e purês. Os talos podem ser usados em sopas, misturados ao arroz, refogado com temperos e ovos batidos, como recheio de suflês e bolinhos.

As folhas temperadas com limão, sal e azeite são um excelente acompanhamento para churrascos de todos os tipos de carne.

Antes de consumir as folhas cruas, lave-as com bastante cuidado em água corrente, removendo os talos grossos e as folhas amareladas ou escuras. Coloque as folhas verdes e talos finos em solução de água sanitária por 30 minutos (1 colher de água sanitária para 1 litro de água filtrada) ou use produtos próprios para higienização de saladas, disponíveis nos supermercados. Enxague as folhas com água filtrada, em seguida. 

Dicas

Faça saladas sofisticadas acrescentando agrião, nozes, maças fatiadas bem finas ou cubinhos de queijos finos.

O xarope de agrião com mel é muito usado na medicina popular e na indústria farmacêutica para curar a tosse.

Temperos utilizados com agrião: cebola, alho, azeite, limão, pimenta, salsa, cebolinha verde.

Fonte: http://www.jardineiro.net/br/

Acelga

Classificação Botânica

A Acelga, Beta vulgaris cicla, pertence à Família das Quenopodiaceae e à Tribo das Cyclolobeae. O gênero Beta compreende 6 espécies conhecidas. Botanicamente falando, a Acelga e a Beterraba são uma só e mesma planta.

História

Acelga amarela

A cultura da Acelga remonta à antiguidade clássica: os Gregos e Romanos faziam grande uso dela. Seu nome "cicla" seria de origem feniciana. A acelga só se tornou popular na França na Idade Média. Segundo o “Ménagier de Paris”, a verdadeira “porée” (sopa de legumes) era a “porée” de Acelga. Sua cultura se difundiu largamente no século dezessete.

Acelga rosa

Hoje em dia, é sobretudo, a variedade a costelas brancas e a costelas muito largas que são cultivadas nos jardins. Existiam numerosas cores. Segundo Bois, a introdução de Acelga a cardos do Chile vem de 1834, mas ele nota que apesar disso, desde 1651 Gerard mencionava a existência de Acelgas coloridas. Essas variedades estão no jardim de mais belo efeito.

Suas cores são, de fato, rosa, vermelho, amarelo e laranja. Seu tamanho varia em função dos cultivos assim como a cor e a textura de suas folhas. As hastes dessas variedades são geralmente bastante finas e elas são deliciosas cozinhadas no vapor exaltadas com um molho de óleo com vinagre ou limão. Existe uma magnífica ilustração na prancha 13 do Álbum Vilmorin.

Polinização

A Acelga é polinizada, de forma predominante pelo vento. Entretanto acontece dela ser polinizada por insetos tais como os Dyptera. Seu pólen é tão leve que ele pode viajar mais de 7 km, segundo o clima, a topografia e a temperatura do ar.

Acelga vermelha

Para assegurar a pureza absoluta da variedade, são necessários muitos quilômetros entre duas variedades de Acelga. Entretanto na maior parte dos casos, para o jardineiro amador, uma distância de 500 m a 1 km será suficiente.

A Acelga pode também se hibridar naturalmente com a beterraba açucareira, a beterraba para forragem e a beterraba hortense.

O jardineiro pode então deixar brotar uma acelga, ou uma beterraba hortense, uma beterraba açucareira ou uma beterraba para forragem.

Para o jardineiro amador, a técnica de produção de sementes mais fácil, quando se deseja deixar brotar muitas variedades de Beta vulgaris, é de cortar as porta-sementes na forma de um “boné”. Então é aconselhável, a fim de evitar o que chamamos de depressão genética, de cortar muitas plantas porta-sementes com a mesma forma “boné”.

Acelga Arco-Íris

Acelgas têm folhas verdes brilhantes com nervuras, com hastes que variam do branco ao amarelo ao vermelho, dependendo do cultivo. Tem um sabor ligeiramente amargo. er usadas cruas e em saladas. As folhas de acelga e talos maduros e normalmente são cozidos ou refogados; sua amargura desaparece com o cozimento, deixando um sabor refinado, é mais delicada do que a de cozido de espinafre.

Produção de sementes

Na maioria das regiões francesas pode-se conservar a Acelga na terra durante o inverno. Entretanto, parece que algumas variedades, em particular as vermelhas, laranjas, amarelas e rosas, sejam às vezes menos rústicas em função da qualidade dos solos, da temperatura e da taxa de umidade no solo. Deve-se então desenterrá-las no outono, colocá-las no celeiro e replantá-las na primavera, quando os riscos de geadas fortes já passaram.

Uma outra solução consiste em cobri-las em “mulcher” com palha: deve-se ficar muito atento para que os roedores não estabeleçam alí suas habitações invernais, já que a Acelga “mulchadas” lhes propõe ao mesmo tempo casa e comida!

Acelgas: porte-sementes É aconselhável ter no jardim, uma dúzia de plantas porta-sementes da mesma variedade a fim de beneficiar de uma boa diversidade genética. Alguns jardineiros cortam a parte superior das hastes da porta-sementes da Acelga para favorecer o desenvolvimento das belas ssementes na parte inferior dessas hastes. Deve-se cuidar para colher as sementes desde que elas sejam maduras, pois elas caem no chão muito facilmente.

A “semente” de Acelga é um glomérulo contendo de 2 a 6 sementes. Os glomérulos podem ser colhidos individualmente, ao mesmo tempo em que a planta amadurece. Pode-se também cortar os galhos quase maduros a fim de colocá-los a secar em um lugar protegido, seco e bem ventilado.

O processo de brotamento da Acelga pode se mostrar trabalhoso ou impossível nas zonas onde a diferença de duração do dia e da noite não é bastante marcada. A Acelga é de fato, considerada como uma bianual que necessita de dias longos de verão para a frutificação.

As sementes da Acelga têm uma duração germinativa média de 6 anos. Entretanto elas podem conservar uma faculdade germinativa até 10 anos ou mais. Um grama contém por volta de cinqüenta glomérulos.

Fonte: www.kokopelli-seed-foundation.com

 

Açafrão

Nome Científico: Crocus sativus L
Partes usadas: Estigmas da flor.
Família: Iridáceas

Características

Planta herbácea, bulbosa. Folhas compridas, arroxeadas. Flor amarela ou vermelha. Os estigmas dessecados fornecem o “açafrão” conhecido no comércio, e que é uma matéria amarela usada como corante e condimento.

Uso doméstico

É utilizado para dar uma coloração amarelada ao arroz e em sopas e massas e na indústria alimentícia como condimento, corante natural e aromatizante. Usada principalmente na elaboração de risotos, paella, sopa de peixe e bacalhau à espanhola.

Uso medicinal

Os estigmas encerram propriedades emenagogas, antiespasmódicas, eupépticas, sedativas. São empregados nos casos de asma, coqueluche, histeria, bem como contra os cálculos dos rins, do fígado e da bexiga. Oito a dez estigmas, em infusão, são suficientes para um chá. Para combater as hemorróidas, aplicam-se cataplasmas quentes, preparados com o infuso desta planta (três gramas para uma xícara de água). Consumo desaconselhável para mulheres grávidas.

Dicas de Cultivo

Prefere solos argilo-arenosos e férteis, porém propaga-se em diversos tipos de solo. Necessita de meia-sombra ou iluminação plena. O plantio pode ser feito por sementes (importadas) em sementeiras devem ser transplantadas quando tiverem em torno de 10 a 15 cm de altura. Pode-se também propaga-la por meio de estacas ou divisão de touceiras (na primavera ou outono). A colheita é feita após 2 anos, na floração.

Princípios Ativos

Princípios amargos (crocina e picrocina) e 1 óleo essencial.

Propriedades

É digestivo, aperitivo, carminativo, antiespasmódico e emenagogo.

Indicações

Combate a tosse causada pela bronquite crônica, ansiedade, insônia.

Toxicologia

Em doses altas é tóxico, abortivo e produz graves transtornos nervosos e renais. 

Crocus sativus

É o açafrão verdadeiro, uma planta caríssima, pois, para termos 1 quilo, precisamos de 100 mil flores. Usado há séculos em molhos, arroz e aves.

História

É pelo menos tão antigo como a escrita, conforme consta de registos de tempos muito anteriores à nossa era. Da China ao Egipto, da Grécia a Roma, o açafrão sempre foi apreciado pelo seu aroma requintado e propriedades medicinais. Talvez por isso não deva estranhar-se que esta especiaria seja a mais cara do mundo Zeus, deus dos deuses da antiga Grécia, dominado por insaciáveis apetites sexuais, chegou a dormir num colchão forrado com açafrão, na esperança de que a odorífera planta lhe exaltasse as paixões. Até porque, desde que a planta era planta, ou seja, desde o dia em que nascera, fruto do sangue derramado do jovem Crocus, assassinado involuntariamente por Hermes, deus do comércio e dos ladrões, que as suas virtudes corriam o Olimpo.

Uma trágica origem para o «crocus sativus», a bela planta bulbosa da família das iridáceas, também designada por açafroeira ou açaflor, de flor lilás, cujos estigmas, finíssimos e de cor vermelha, e parte dos estiletes dão uma especiaria preciosa - a mais cara do mundo - de perfume e sabor requintados, utilizada também, desde tempos remotos, como remédio e pigmento. Por fatalidade ou não, o certo é que Henrique VIII, apreciador da especiaria, mas acima de tudo da ordem no seu reino, mandava para a forca quem fosse apanhado a falsificar açafrão. Uma ideia que já não era nova, uma vez que na poderosa Nuremberga do século XV, castigava-se na fogueira os que obtinham dividendos com a venda da especiaria adulterada. Como é óbvio, hoje já não há penas capitais para quem cai na tentação de vender «gato por lebre», mas as imitações estão mais vivas do que nunca, prova de que o açafrão, talvez por ser tão caro, continua a ser desconhecido para a maioria dos consumidores.

Embora não sendo uma especiaria emblemática de nenhuma receita tradicional portuguesa, como o é da paelha, do «risotto» à milanesa, da «bouillabaisse» (equivalente francesa da nossa caldeirada de peixe) ou dos bolos de açafrão, muito populares nos países nórdicos, o açafrão está presente em várias receitas de arroz, de fogaças e sobretudo na sopa de peixe. No entanto, não há registos do seu cultivo em Portugal, embora o primeiro produtor mundial seja Espanha, nomeadamente a região da Mancha. França, na região do Vaucluse, Grécia e Itália, com climas semelhantes ao nosso, também cultivam açafrão.

Por cá, confunde-se frequentemente açafrão com curcuma, conhecida por açafrão-das-Índias, produto que se popularizou nos últimos 30 anos, à venda em todos os supermercados por um preço irrisório, quando comparado com o do açafrão - este apenas é vendido em mercearias finas e em alguns hipermercados.

Enquanto uma embalagem de 50 gramas de curcuma, que só tem em comum com o açafrão a cor amarela, custa cerca de 170$00, uma embalagem de 0,5 gramas de açafrão em rama custa aproximadamente 500$00.

Um frasco de 0,3 gramas de açafrão em pó, contendo três cápsulas de 0,1 grama cada - quantidade indicada para uma paelha de quatro pessoas - custa cerca de 300$00. Ou seja, enquanto 50 gramas de curcuma custam 170$00, 50 gramas de açafrão custam cerca de 45 contos. Nos Açores usa-se ainda um outro produto de baixa qualidade: a açafroa ou cártamo, da qual também é extraído um óleo.

Maria de Lourdes Modesto, autora do livro «Cozinha Tradicional Portuguesa», é uma admiradora incondicional do açafrão, mas afirma que tem uma guerra com ele: «É pena que um produto tão importante dê azo a tanta confusão, o que resulta numa enormíssima aldrabice», referindo-se à curcuma e às falsificações de produtos rotulados como açafrão.

Não o dispensa na sopa de peixe, mas assegura que é no Minho que ele é mais usado - pratos de arroz sobretudo - «talvez pela influência da Galiza».

Se se pensar que são necessárias mais de 200 mil flores para se obter 1 kg de açafrão e que a colheita, efetuada entre Outubro e Novembro, é inteiramente feita à mão, o mesmo acontecendo com a monda (operação que consiste em separar os estigmas da flor), percebe-se por que motivo os preços do açafrão são muitas vezes comparados aos do ouro.

Houve até épocas em que os dois produtos tiveram preços idênticos. Além disso, a própria plantação dos bolbos, nos meses de Junho e Julho, é igualmente feita à mão. Uma vez abertas, as flores devem ficar o mínimo tempo possível no caule - uma flor murcha perde aroma e sabor - pelo que são necessárias várias pessoas para vigiar os campos. O ouro vermelho, como é designado, não nasceu de uma briga entre divindades gregas mas talvez na península balcânica ou na Ásia Menor, numa época muito anterior à era cristã.

'Deve o seu nome à palavra árabe «az-za'afran» - em latim medieval evoluiu para «safranum» - e foi precisamente pela via árabe que o açafrão penetrou na Península Ibérica.

Os árabes tanto utilizavam o açafrão na cozinha - ainda hoje tomam café com cardamomo e açafrão - como na medicina, graças às suas propriedades anestésicas e anti-espasmódicas. Mas uma das primeiras referências históricas provém de um texto egípcio escrito cerca de 1500 a.C., que refere o cultivo de açafrão em Luxor.

Não deve pois andar longe da verdade a história segundo a qual Cleópatra utilizava a essência de açafrão para seduzir.

Sabe-se, por exemplo, que os fenícios tinham a tradição de passar a noite de núpcias em lençóis coloridos com açafrão e que os gregos antigos, além de o utilizarem para combater as insónias e curar as ressacas, o consideravam um afrodisíaco poderoso, quando misturado no banho.

Hipócrates, o pai da medicina, descreve-o como um medicamento e Celsus, na Roma pré-cristã, utilizava o açafrão na composição de vários medicamentos contra as dores, a letargia, as cataratas e os venenos.

Uma referência ainda mais distante, um livro de medicina chinesa datado de 2600 a.C., considera o açafrão um fortificante e estimulante sexual.

O açafrão é uma planta bulbosa de flor lilás.

A cor amarela dos cozinhados resulta do corante contido nos estigmas

É no século X que os árabes introduzem o cultivo da planta em Espanha. Hoje, o país produz mais de dez toneladas, das quais apenas um quarto se destina ao consumo interno. Existe produção nas ilhas Baleares e na Andaluzia, mas é na região da Mancha - Albacete, Ciudad Real, Toledo e Cuenca - que se concentra o grosso da atividade, num total de 1500 hectares. Foi durante as Cruzadas que o cultivo se disseminou pela Europa, chegando mesmo a Inglaterra, nomeadamente à cidade de Walden, para onde foi levado no século XIV por um peregrino que regressou da Terra Santa com alguns bolbos escondidos na algibeira.

Certo é que a planta vingou e anos depois já os seus descendentes forneciam açafrão para as padarias e pastelarias, bem como para as fábricas de tecidos, que o utilizavam como pigmento. A cidade, situada a sudeste de Cambridge, foi mais tarde rebaptizada de Saffron Walden, em homenagem a esse episódio passado.

Durante o Renascimento, é Veneza que comanda os destinos do açafrão, mas nos séculos subsequentes as fraudes eram tão frequentes que perdeu prestígio.

Só depois da II Guerra, com o incremento do turismo e a globalização dos hábitos, o açafrão reconquistou o seu lugar na culinária dos países não produtores.

Mas a prática de adulteração deve ser tão antiga como a própria planta. Hoje, o truque mais frequente consiste em adicionar uma parte dos estames amarelos, que são apenas colorantes, flores de cártamo ou corantes artificiais. Para aumentar o peso, os falsificadores humedecem o açafrão com xarope, mel, glicerina e gorduras por vezes difíceis de identificar.

A maioria dos especialistas considera o açafrão espanhol o melhor do mundo, embora sejam feitas referências elogiosas ao açafrão grego, italiano e iraniano.

Em Caxemira, na Índia, também se produz açafrão, mas de qualidade inferior. Maria de Lourdes Modesto prefere o produto espanhol, mas alerta para a necessidade de se utilizar este condimento «sem exageros».

É tão forte que bastam uns pozinhos ou dois ou três filamentos, dissolvidos em água, para aromatizar e colorir um prato. Tem um sabor difícil de definir: ligeiramente acre, quente, como muitas especiarias orientais, e fresco, como se proviesse do mar. «Sabe-me vagamente a fénico», afirma Maria de Lourdes. «Por isso é que raramente condimenta carnes.» Acrescenta ainda que o tomate, o anis, a salva, o pimentão e o caldo de crustáceos são bons companheiros desta especiaria.

Escolher o melhor açafrão pode dar muitas dores de cabeça, mas não será caso para acreditar em Alexandre Dumas que, horrorizado com o seu aroma penetrante, pensou que podia causar cefaleias gravíssimas ou até a morte. 

Quem prova açafrão uma vez pode morrer, não da ingestão, mas de prazer.

Fonte: www.herbario.com.br