segunda-feira, 23 de agosto de 2010

História do Feijão tropeiro

O feijão-tropeiro é um prato típico da culinária caipira de Minas Gerais.

Desde o período colonial, o transporte das mais diversas mercadorias era feito por tropas a cavalo ou em lombos de burros. Os homens que guiavam esses animais eram chamados de tropeiros. Até a metade do século XX, eles cortaram ainda boa parte do estado de São paulo, conduzindo gado. O feijão misturado a farinha de mandioca, torresmo, lingüiça, ovos, alho, cebola e temperos, tornou-se um prato básico do cardápio desses homens. Daí a origem do nome feijão tropeiro, numa referência direta aos integrantes do movimento tropeirista paulista.

Feijão de Tropeiro

Feito e tomado o café-de-tropeiro, chega a hora do almoço. O que o tropeiro vai comer? O mais brasileiro dos pratos: feijão.

Receita Típica

Ingredientes:
  • 500 g de feijão carioca ou roxinho
  • 200 g de farinha de mandioca
  • 200 g de toucinho de porco ou bacon
  • 1 concha de gordura de porco
  • 1 colher de sal de alho
  • 1 cebola média em cubinhos
  • 5 ovos
  • Cheiro verde a gosto
  • Pimenta e tempero a gosto
Modo de preparo:
  1. Cozinhe o feijão, retirando do fogo antes que o grão se desmanche.
  2. Peneirar para escorrer.
  3. Numa panela, colocar duas colheres de sopa de gordura ou óleo e fritar ligeiramente o toucinho; acrescentar o tempero e dourar junte a cebola (roxa, de preferência), mexendo sempre.
  4. Reservar.
  5. No restante do óleo, frite os ovos, mexendo rapidamente.
Origem: Wikipédia

domingo, 22 de agosto de 2010

História da Vaca Atolada

A Vaca atolada é um prato típico da comida caipira, tem como principais ingredientes costela bovina e mandioca, muito popular em Minas Gerais e outras regiões do Brasil.

Tropeiros valeparaibanos carregavam no embornal carne mergulhada na gordura, o que garantia alimento por um bom tempo, sem deteriorar. Ao longo das trilhas colhiam mandioca, assim podendo misturá-las e cozinhar junto com as carnes, uma comida forte e boa para dias mais frios da serra.

Ao se dirigirem às Minas Gerais, transpondo a Serra da Mantiqueira por terrenos íngremes, frios, irregulares, úmidos e principalmente nos períodos de chuva, o que tornava o solo alagadiço, o gado encalhava e não prosseguia, havia então o momento de remanejamento dos animais, o descanso da tropa e sua alimentação. Assim sendo, foi batizado esse alimento como Vaca Atolada.

No entanto, a receita de Vaca Atolada é tradicionalemte feita com costelas de boi, uma carne que não era aproveitada para compor a comida dos viajantes, e nem servia para fazer o charque ou carne seca. Mas provavelmente é que seja uma comida preparada após o abate do gado, cozinhando as costelas e sua gordura com pedaços de aipim e cebolas.

Ingredientes;
  • 1,5 kg de costela bovina
  • 1/2 kg de aipim (prefira o tipo mais amarelo, que cozinha melhor)
  • 1 cebola grande cortada em rodelas
  • 1 dente de alho picado
  • 2 tomates bem vermelhos picados
  • 1 dose de cachaça, vodka ou vinho tinto seco
  • Sal a gosto
  • Pimenta do reino moída a gosto
  • Óleo ou azeite a gosto
  • Água

Modo de preparo:
  1. Corte a carne em pedaços grandes e tempere com sal e pimenta do reino moída.
  2. Em uma panela de ferro grande, bem quente, frite os pedaços até dourarem por fora, em todos os lados.
  3. Acrescente a cebola e o alho e deixe fritar até a cebola ficar transparente.
  4. Vá mexendo para não queimar (lembre-se, tudo em fogo alto).
  5. Junte o tomate, refogue.
  6. Enquanto isso, jogue a bebida de sua preferência apenas sobre a carne (ajuda a ficar ainda mais macia e saborosa, não se preocupe porque o álcool evapora).
  7. Em seguida, acrescente o aipim (mandioca) e coloque água até tapar a mistura.
  8. Tampe a panela.
  9. Assim que ferver, baixe o fogo.
  10. Acompanhe o cozimento da mandioca.
  11. Quando estiver bem macia, pode servir.

Leva pelo menos uma hora, dependendo da potência do seu fogão.

Origem: Wikipédia
Foto: blogdahora

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Pimenta de Macaco

Nome popular: pimenta de negro
Nome científico: Xylopia aromática (I am.)
MartFamília botânica: AnnonaceaeOrigem:
Regiões de Cerrado do Brasil

Características da planta:

Árvore até 6 m de altura com casca escura e copa rala. Folhas com pilosidade em ambas as faces, de coloração verde-intensa. Flores brancas, surgindo de setembro a novembro.

Fruto:

Forma irregular, de coloração esverdeada. Polpa avermelhada contendo sementes escuras, quase negras, envoltas por arilo branco. Frutifica de abril a julho.

Cultivo:

Prefere solos arenosos e ricos em matéria orgânica. Possui desenvolvimento lento e sua propagação é feita por sementes.

A pimenta de macaco, também conhecida como pimenta de negro, faz parte da família das Anonáceas, sendo parente, portanto, dos araticuns, da pinha, do biribá, da graviola e da pindaíba.

Ocorre, espontânea e basicamente, na região dos Cerrados e dos Campos Cerrados do meio do Brasil. Apesar de apresentar uma distribuição ampla que abrange os Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e parte de São Paulo, a pimenta de macaco tem uma ocorrência bastante irregular e descontínua.

A árvore da pimenta de macaco tem pequeno porte,  para Harri Lorenzi, tem características bastante ornamentais em virtude da forma incomum de sua copa pouco densa, de galhos compridos e finos.

Seus frutos assemelham-se muito aos frutos de várias outras Xylopias ou pindaíbas brasileiras, em que as partes do fruto se apresentam separadas, conferindo-lhes um aspecto de cacho.

Quando maduros, os frutos da pimenta de macaco abrem-se completamente em duas partes, expondo a polpa fina de cor vermelha e as sementes pretinhas, brilhantes e levemente enrugadas, que ficam ali guardadas. Essa polpa, chamada arilo, é avidamente procurada e consumida por várias espécies de pássaros.

Talvez, além de chamar a atenção desses animais pelo aroma que possui, a cor meio avermelhada e meio rosada da polpa do fruto da pimenta de macaco se destaque da copa de folhas verdes, constituindo-se também em um excelente chamariz.

Este afilo, que envolve as sementes e reveste o fruto, assim como suas próprias sementes, apresentam um leve sabor ardido.

No dicionário de Pio Corrêa, consta que as sementes da pimenta de macaco são aromáticas e condimentares, podendo substituir a pimenta do reino ou pimenta da Índia moída. Dessa forma, costumam servir como tempero nas culinárias regionais brasileiras, oferecendo uma explicação possível para seus nomes populares.

Fonte: seed.pr.gov.br

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Historia da Feijoada Brasileira

A Feijoada Brasileira foi criada pelo desespero de quem não tinha o que comer: Os escravos negros da desumana época colonial brasileira. Os senhores donos de Terras rurais abatiam porcos adultos e utilizavam na casa grande da fazenda somente as partes nobres deste animal que eram os pernis e o lombinho. O restante, focinho e orelha, bucho, tripas, toucinho, costelas, pé, rabo, língua, fígado, coração, espinhaço, traquéia, eram entregues aos pretos escravos para que com eles fizessem as suas refeições. Os quatro últimos produtos, juntamente com o sangue dos suínos eram reservados à preparação do gostoso e procurado “Picadinho de Porco” que é outra história. Os negros salgavam as carnes, defumavam o toucinho em pequenos quartinhos no terreiro da senzala e, junto com as aparas gordas de carnes bovinas e após encher as tripas fazendo-as lingüiças cozinhavam estas carnes dessalgadas com feijão preto, na época em grande produção nos serviços da agricultura. Esse cozido cheirava e muito bem, a centenas e centenas de metros de distância e atraia à humilde senzala os filhos de patrões e os pseudos nobres da comunidade. Estava criada a “Feijoada da Senzala”, o primeiro prato da cozinha brasileira e um dos dez mais importantes do mundo.

A verdadeira feijoada brasileira contém dez tipos de carnes diferentes que são:
  • Charque, 
  • Carne de sol de Segunda, 
  • Lingüiça de porco, 
  • Língua de porco, 
  • Língua de vaca, 
  • Rabinho, focinho-orelha, 
  • Costelinha de porco, 
  • Pé de porco, 
  • Barrigada de porco defumada.
Modo de preparo:

Para se preparar uma feijoada autêntica deve-se por de molho na água de torneira por 8 horas seguidas, as carnes salgadas, que são todas citadas menos a barrigada de porco, o focinho-orelha e a lingüiça de porco que são defumadas. De duas em duas horas se troca totalmente a água das carnes salgada. O feijão preto é posto igualmente de molho por oito horas só que, não se troca a água do feijão. Ao final da oito horas o feijão preto surge com algumas pintas branquinhas a flor da água. São impurezas do feijão que devem ser retiradas cuidadosamente com a concha pequena.

Não se ferventa carnes salgadas para preparar a verdadeira feijoada brasileira.
  1. Ao termino de oito horas coloca-se a cozinhar as carnes dessalgadas.
  2. O feijão preto com a própria água.
  3. O louro.
  4. Uma dose de cachaça para cada dez porções. 
  5. Tampa-se a panela do cozimento. 
  6. Quando levantar fervura acrescentar os defumados e baixar o fogo, 
  7. Trabalhando então com a panela destampada. 
  8. Quando as carnes mais frágeis começarem a cozinhar bem devemos retirá-las com uma espumadeira a fim de que as mesmas não se quebrem. 
  9. Quando todas as carnes forem retiradas do cozimento, devemos fazer um refogado forte, a base de pouco óleo de soja bastante cebola, pimentão, alho e coentro picadinhos polvilhados com pimenta do reino moída na hora. 
  10. Jogamos este refogado dentro do feijão fervendo, e voltamos as carnes agora já cortadas para dentro da panela onde está o feijão preto. 
  11. O cálculo para as carnes da feijoada é de 0,1 kg por pessoa, tendo em vista que carnes como pé, costelinha, rabinho dão uma quebra de mais de 70% e as pessoas nem sempre comem todas as carnes da feijoada. 
  12. O cálculo para o feijão preto é de 200 g por pessoa e o do arroz é de 100 g. 
Acompanham a nossa maravilhosa feijoada as seguintes guarnições:
  • Arroz branco, 
  • Couve refogada com torresminhos, 
  • Caldinho da feijoada, 
  • Molho da feijoada, 
  • Farinha de mandioca branca, 
  • Farinha de mandioca torrada, 
  • Laranja picada, 
  • Torresminhos bem fritos,
  • Pimenta malagueta separada.
Este prato deve ser servido quentíssimo em panelas de barro. Nada que é nobre como bistequinha de porco, lombinho de porco, se enquadra dentro da feitura de nossa humilde feijoada. Ela é um prato preparado essencialmente com produtos de aproveitamentos.

Maitre Heleno Araújo

Feijoada mais light

Modo de fazer

Prepare o feijão: 
  1. Cate o feijão para retirar pedaços de cascas, pedrinhas e outras sujeiras. 
  2. Depois lave bem numa peneira e ponha de molho a noite toda numa tigela com água o suficiente para cobrir o feijão e passar mais uns 3 dedos.
  3. No dia seguinte quando fôr cozinhá-lo, acrescente mais água se achar necessário. 
  4. A água deve cobrir o feijão, as carnes e ainda sobrar uns 2 dedos.
Prepare as carnes: 
  1. Para as linguiças, basta apenas cortá-las em rodelas de +/- 1 a 2cm. 
  2. No caso do paio, retire antes a casca se estiver grossa. 
  3. Quanto às carnes, é bom diminuir ao máximo a quantidade de gordura, limpando-as sobre uma tábua com uma faca afiada. 
  4. Retire toda a gordura que conseguir, pois ao cozinhar a gordura se desmancha deixando a feijoada muito gordurosa.
DICA: A carne seca costuma ter muito sal, portanto é preciso ter cuidado com os temperos. Se preferir, pode dar uma fervida nela antes e jogar a água fora, retirando, assim, o excesso de sal.

Cozinhe o feijão c/ as carnes: O feijão pode ser cozido em panela de pressão, ou numa panela grande comum.

Panela de pressão:
  1. Divida a quantidade em 3 ou 4 partes, dependendo do tamanho da panela. 
  2. Ponha uma parte do feijão, uma parte da carnes (menos a costelinha) e linguiças, uma folha de louro e acrescente água se fôr necessário. 
  3. Tampe a panela, segundo as instruções do fabricante, e cozinhe tudo por 20 minutos desde o começo. 
  4. Comece com fogo alto, e no meio do cozimento, quando a panela começar a fazer barulho, abaixe o fogo. 
  5. Quando estiver pronto, retire a panela do fogo, ponha na pia embaixo da torneira e deixe correr um fio de água fria sobre a tampa. 
  6. Quando a panela esfriar um pouco e perder a pressão, abra-a com cuidado e vire o feijão cozido com as carnes numa panela maior. 
  7. Repita essa operação até terminar de cozinhar todo o feijão com as carnes. 
  8. Na panela maior, junte então as costelinhas e deixe cozinhar até que fiquem macias e o caldo do feijão engrosse.
DICA: Nunca encha a panela de pressão acima da metade, pois caso contrário, quando começará a pegar pressão, o caldo começar a sair pelo furo da tampa da panela e dificultará o cozimento.

Panela comum: 
  1. Coloque o feijão, as carnes (inclusive a costelinha), as linguiças e as folhas de louro e deixe cozinhar até que fique tudo macio. 
  2. Vai demorar um pouco mais, mas ficará igualmente saborosa. 
  3. Se achar necessário acrescente mais água para formar um caldo gostoso e encorpado.
Tempere a feijoada: 
  • As carnes irão dar ao feijão um sabor especial e dependendo de seus temperos, pode ser que nem precise adicionar mais sal. 
  • Acrescente a pimenta do reino moída e mexa. 
  • Prove o caldinho e avalie se já está bom de sal ou não. 
  • Caso precise adicione mais sal aos poucos, sempre provando. 
  • O feijão irá dar às carnes uma cor escura por fora, mas mantendo o sabor e acrescentando maciez. 
  • Descasque o alho e pique fininho ou esprema. 
  • Em uma frigideira pequena, doure-o no azeite e jogue sobre o feijão. 
  • Mexa tudo e prove.
DICA: Observe se formou uma camada fina de gordura na superfície. Isso acontece por causa da gordura das carnes que se dissolveram. Com uma escumadeira retire todo o excesso que conseguir para ficar com uma feijoada mais light.